18 abril 2022

Nem brasa



A vida segue com reticências
Em vielas do meu ego
Que em vistas ficou cego
Pelas memórias em abstinências.

Sua paixão e fogo faz falta,
E meus braços em sofrimento se abaixam
Não em prece, nem em mãos que se encaixam,
Decidiu não ser o fogo que me exalta.

Busquei em vãs migalhas,
Santo sabe que esperei em vão,
Nem de frente e nem de contramão
Nem palavras rechaçadas em talhas.

Segui o intuito de buscar-te em histórias,
Mas as palavras amarelavam conforme lia
Brancas eram as flores que me oferecia
E amarelas ficavam nas memórias.

Tu que me mostrou a tábua rasa
De uma mente latente,
Um ego prepotente
Que nem queima, nem brasa.


Débora Cristina Albertoni

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